A chegada do primeiro trem a Brasília, na estação provisória de Bernardo Sayão, à margem do Núcleo Bandeirante, no dia 21 de abril de 1968, coincidindo com o 8º aniversário da nova capital da República, verificou-se em clima dos mais festivos de intensa emoção cívica. Duas composições das antigas Viação Férrea Centro-Oeste (RFFSA) e da Estrada de Ferro Mogiana (Fepasa) efetivaram a integração física do Distrito Federal com o resto do Brasil.
Três ferrovias federais e duas paulistas se conjugaram para assegurar a interligação perfeita, com uma única baldeação por qualquer dos dois percursos então possíveis: via Barra Mansa (1.546 km) e via Campinas (1.749 km), cumprindo sem qualquer anormalidade o trajeto previsto.
Em 1965, após vencer sucessivas dificuldades, os trabalhos de construção da superestrutura e complementação da infra-estrutura passaram ao 2º Batalhão Ferroviário, o Batalhão Mauá, terminando o serviço de assentamento da via permanente com a chegada da ponta dos trilhos ao destino, a 17 quilômetros do Plano Piloto, em março de 1967, restando apenas concluir as obras de superestrutura.
A extensão do trecho ferroviário Campinas-Brasília, componente do Tronco Sul, alcança 1.059 km. O percurso Campinas-Araguari, da Fepasa, tem 648 km de distância e a ligação Araguari-Brasília, da RFFSA, 411 quilômetros.
Após a inauguração do sub-trecho Pires do Rio - Brasília, em 1966, no governo do então presidente Castelo Branco, vários melhoramentos passaram a ser introduzidos no traçado, através da construção de diversas variantes, que substituíram mais de 80% da via primitiva, a mais recente delas em operação desde 22 de março de 1980, entre Araguari e Goiandira, também construída pelo 2º Batalhão Ferroviário.
As condições técnicas da linha atual são bastante avançadas, permitindo velocidade de até 100 km/h em alguns segmentos.
Cortando a progressista região do Triângulo Mineiro, a linha férrea atende uma das regiões mais dinâmicas do país e permite a ligação da capital federal à maior metrópole brasileira.
É importante salientar que, em se tratando de um dos trechos de maior densidade de tráfego da malha de bitola métrica brasileira, por onde são escoados os derivados de petróleo procedentes da Refinaria de Paulínia, álcool e produtos agrícolas, com fluxos crescentes, sua importância será cada vez maior dentro do atual quadro energético. Isto justifica os estudos para eletrificar o percurso entre Uberaba e Santos, dentro do Programa do Corredor de Exportação que demanda o maior porto da América Latina.
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